terça-feira, 29 de maio de 2012

Sem-terra invadem fazenda e causam muita destruição


Aproximadamente 150 homens integrantes do Movimento Sem-Terra (MST) invadiram, na manhã deste domingo (27), a Fazenda Cedro, a 35 quilômetros de Marabá, e destruíram diversos pertences do capataz Raimundo Araújo, funcionário da propriedade. Raimundo relatou que o ataque ocorreu depois que ele e uma guarnição do Grupo Atalaia, que presta serviço de segurança, impediram os invasores de matar animais do rebanho.

“Eles começaram às 7 horas da manhã. Eu fui ao pasto, e eles estavam correndo atrás do gado para matar. Chamamos o reforço, a escolta veio, eles reagiram, e falei para irmos embora se não ficava pior. Nós saímos, viemos para o corredor, o gado ficou reunido em um canto da cerca, e logo depois chegaram uns 150 homens no corredor. Abri o colchete, joguei o gado no corredor, trouxe para o curral, mandei minha esposa ficar olhando para ver se eles vinham para cá e soltei o gado em outro pasto”, relatou o capataz.

Depois de encararem os seguranças e o capataz no pasto, os sem-terra ficaram nervosos com a intromissão e decidiram atacar a casa de Raimundo, que fica no retiro Ouro Indiano, ainda dentro da fazenda. “Quando soltei o gado, eles já estavam chegando. Peguei o carro, botei minha família dentro e fugimos para o mato, enquanto eles quebraram tudo. A baderna que eles fizeram aqui foi demais. Destruíram tudo o que a gente vem trabalhando dia a dia para ganhar. Quando são eles não acontece nada, mas a gente não pode fazer nada contra”, desabafou. 

O capataz acrescentou que temeu pela sua vida e também pela segurança da família. “Se eu tivesse ficado, eles teriam feito muita coisa com a gente: bater, humilhar. Matar, eu não sei, mas ninguém sabe o que pretendiam fazer”, declarou. Logo depois de fugir, ele comunicou a gerência da fazenda, que solicitou reforços e acionou a Delegacia Especializada em Conflitos Agrários (Deca). 

“Os policiais vieram, mas não tinha mais ninguém no local. Ninguém foi preso. Falaram pra gente ir à delegacia e fazer a denúncia lá. Tô com medo de ficar aqui, mas preciso porque é meu ganha-pão”, finalizou.

O titular da Deca, delegado Victor Leal, informou que sua equipe esteve no local e constatou que, de fato, vários objetos da casa foram quebrados e uma motocicleta chegou a ser incendiada. “Porém, não conseguimos encontrar os responsáveis até porque o acampamento do MST é distante de onde aconteceu a situação”. O delegado destacou que vai ouvir as vítimas e instaurar inquérito para tentar apurar responsabilidades. (Luciana Marshall)

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