Partido anunciou abertura de processo contra Demóstenes. Senador é acusado de fazer lobby para Carlinhos Cachoeira
Como o partido Democratas (DEM) ainda não recebeu um posicionamento do senadorDemóstenes Torres (GO) sobre sua defesa das acusações de relacionamento e lobby com o bicheiro Carlos Augusto da Almeida Ramos, oCarlinhos Cachoeira, o presidente da legenda Agripino Maia (RN) anunciou a abertura de processo que pode levar à expulsão de Demóstenes.
O DEM esperava que Demóstenes apresentasse sua versão das acusações em encontro com os líderes partidários no início da noite desta segunda-feira (2), em Brasília, mas o senador não participou da reunião.
Segundo Agripino Maia, o processo será aberto nesta terça-feira (3). "Por reiterado desvio da conduta partidária que o senador teve, estamos abrindo o processo de expulsão", disse, de acordo com o portal G1.
Demóstenes é acusado de fazer lobby e interferir em projetos de lei no Congresso em benefício de Carlos Cachoeira. Gravações da Polícia Federal, feitas com autorização da Justiça e divulgadas esta semana por ÉPOCA, mostram o senador e Cachoeira negociando projetos de lei, inclusive para obras da Copa do Mundo.
No total, a PF gravou mais de 300 conversas entre Demóstenes Torres e Carlos Cachoeira. O senador se defende dizendo que é amigo de Cachoeira, e que não há, nas conversas, nada que o comprometa. “São conversas entre amigos, só há trivialidades.” Foi por meio dessas escutas que os investigadores descobriram queCachoeira deu a Demóstenes uma geladeirae um fogão importados como presente de casamento.
Em outra reportagem, ÉPOCA mostrou que o senador tinha um rádio Nextel exclusivo para se comunicar com Cachoeira. De acordo com a Polícia Federal, o propósito de Cachoeira era evitar que escutas telefônicas, legais ou ilegais, captassem suas conversas com os comandantes de uma rede de exploração ilegal de máquinas caça-níqueis em Goiás e na periferia de Brasília.
A suspeita da ligação do senador com o jogo ilegal levou Demóstenes a pedir afastamento da liderança do DEM no Senado na terça-feira (27). A sua situação ficou mais delicada após o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, encaminhar o pedido de abertura de inquérito ao Supremo. Segundo Gurgel, o caso de Demóstenes é apenas "a ponta do iceberg" do escândalo envolvendo o jogo ilegal no Congresso.(Revista Época)
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